My Perfume | O Meu Perfume

Gisele Bündchen for Chanel Nº 5

Até aos quarenta ou quarenta e cinco anos aproveite para mudar de perfume frequentemente, experimente as novidades que as marcas vão lançando, atreva-se, arrependa-se e recomece de novo. 

Prefira embalagens pequenas porque vai certamente comprar alguns aromas de que não vai gostar muito depois de dois ou três dias de uso. Por muito que o aroma lhe agrade de imediato, resista a comprar perfumes que não experimentou na sua pele pelo menos durante algumas horas (o ideal é pedir uma pequena amostra para poder experimentar durante dois dias).

Durante esta fase de experimentação todas nós, de forma mais ou menos consciente, vamos construindo uma imagem olfactiva e percebendo os aromas com que nos sentimos bem e que melhor nos definem. 

O perfume é muito importante porque é um dos elementos fundamentais da sua imagem, funciona como uma matriz, uma linha de continuidade que dá coerência aos outros elementos que variam mais: mudamos de roupa, de sapatos ou de mala todos os dias, mas o perfume é o pano de fundo que se mantém e que integra diferentes outfits, penteados, estados de espírito, boa cara ou um dia de olheiras, ...

A partir desta idade vai certamente apetecer-lhe mudar menos e vai sentir-se mais atraída por aromas tradicionais, mais clássicos e intemporais (não se esqueça que também há moda nos perfumes). Pode mesmo acontecer-lhe que se apaixone por perfumes que aos vinte ou aos trinta anos anos lhe faziam lembrar o perfume da sua avó e que pensou que nunca usaria.

Escolha um perfume (ou dois no máximo) e use-o para sempre (ou quase, pode mudar por exemplo a cada dez anos). A sua família e os seus amigos vão identificá-la pelo seu aroma e ele vai confundir-se consigo (por isso a escolha é tão importante) e as pessoas que lhe são menos próximas vão conhecê-la melhor também pelo seu perfume.

Isto exige que a sua escolha recaia sobre um verdadeiro clássico, isto é, sobre um perfume que a marca não vá descontinuar em breve. Se reparar, as grandes marcas perfumistas lançam e retiram do mercado vários aromas, mas têm outros que existem há muitas décadas e que não deixam nunca de ser atuais.

No nosso imaginário é geralmente das marcas francesas como Chanel, Yves Saint-Laurent, Givenchy, Guerlain, Lancôme, Boucheron, Courrèges, Dior,..., que nos lembramos de imediato quando pensamos em grandes perfumes. A meu ver, isto é uma injustiça para algumas marcas americanas como Estée Lauder, Clinique, Elisabeth Arden, Ralph Lauren que têm aromas inesquecíveis. Os perfumes franceses são geralmente mais subtis e mais envolventes, enquanto os aromas americanos são mais afirmativos e têm mais facilidade em se impôr.

Os meus preferidos, e que uso há muitos anos são Nº 5 (durante todo o ano) e Nº 19 (quando o Verão aperta), ambos de Chanel. Chanel dispensa apresentações e podem acusar-me de falta de imaginação, mas não me importo! Estes são a minha base, mas não dispenso ter sempre uma embalagem de Rive Gauche de YSL que é um perfume muito datado mas absolutamente icónico, fundamental para os dias em que acordo com um espírito mais desalinhado, e outra de Dune (Dior) para quando estou num "really bad day" porque ilumina tudo.



De vez em quando, por exemplo uma vez por ano ou sempre que lhe parecer que já não sente o aroma do seu perfume, seja infiel, para depois voltar ainda com mais gosto.

Há certamente uma infinidade de aromas que lhe vai apetecer usar. Eu podia ser feliz com qualquer um destes: White Linen e Knowing (Lauder), Aromatics Elixir e Wrappings (Clinique), J'Adore (Dior), Paris (YSL), Romance e Ralph (Ralph Lauren).

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